#6 - Quem faz o quê
Escolhendo seu embrião, despedida do Nadal e o sold out do IRONMAN
Sejam bem-vindos à Edição No. 06 da Leite de Cabra.
Nossa missão aqui é contar os bastidores da construção de uma healthtech do zero e compartilhar conhecimento e conteúdo de alta qualidade sobre empreendedorismo, saúde e tecnologia. Sempre em até 3 minutos.
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Quick updates
Segunda foi o primeiro dia no escritório… montamos os monitores e as cadeiras, Leite contou mais aqui
Avanços importantes na montagem do time 🤫
Avanços importantes no produto 🤫
Quem faz o quê
No começo de uma startup, é fácil cair na armadilha do “todo mundo faz tudo”. Parece moderno, colaborativo. Mas sem clareza sobre quem decide o quê, decisões travam, ninguém sabe de quem cobrar, e as prioridades se dissolvem no caos.
Decidimos seguir outro caminho.
Desde o início, mapeamos as áreas da empresa e definimos quem é dono de cada frente. A lógica é simples: toda área precisa de alguém responsável por puxar os avanços e tomar a decisão final em caso de divergência. Nada de “vamos decidir juntos” em tudo. Alinhamento, sim. Mas com accountability clara.
Cabral lidera Produto, Engenharia, Design e Marketing. Porque no início, o sucesso da empresa depende de criar um produto realmente único, e ninguém tem mais repertório e obsessão por isso do que ele.
Leite lidera Vendas, Operações, Parcerias, Jurídico, Financeiro e Pessoas. Áreas que exigem execução forte, jogo de cintura e capacidade de construir times - pontos onde ele se destaca.
E o papel de CEO?
Não acreditamos em co-CEOs, então tivemos conversas para definir quem seria. E, no caso, decidimos pelo Leite.
A escolha reflete uma visão de longo prazo: conforme a empresa amadurece, os problemas deixam de ser só sobre produto e passam a envolver cultura, gestão, P&L, compliance, relação com investidores, PR. Leite tem perfil generalista, boa leitura de contexto e um talento raro para engajar o time e representar a empresa.
Mesmo assim, os dois estão presentes em quase todas as frentes. Leite participa das decisões de produto. Cabral está vendendo o tempo todo.
E foi assim que chegamos no que acreditamos ser o melhor para garantir clareza, velocidade e crescimento da empresa.
Escolher embrião com maior chance de viver mais?
A Nucleus lançou um serviço que permite escolher embriões com base em mais de 900 riscos genéticos - de Alzheimer e câncer a QI e cor dos olhos.
Funciona assim: você está fazendo FIV, manda até 20 embriões, e recebe uma análise com ranking de risco genético para doenças e características. A decisão final é dos pais, mas o dado vem mastigado.
Custa US$ 5.999. E, sim, já tem gente escolhendo embriões com menor risco de doenças crônicas e maior inteligência estimada.
A empresa diz que tudo é baseado em probabilidades, não há garantia de nada. Mas é o primeiro passo concreto para aplicar genômica de consumo à reprodução.
A pergunta não é mais se a gente vai poder fazer isso. É o que vamos fazer agora que podemos.
O que você faria?
Achados da semana
Esse report da McKinsey sobre o mercado de wellness global mostrando como as gerações mais novas estão mais interessadas e gastam mais no tema
A cerimônia de despedida do Nadal em Roland-Garros.
Imagine winning an event so many times, they put your name on the court PERMANENTLY. There's only 1 Rafa, what a legend. - Comentário do YouTube
Mais um sold out: inscrições para o IRONMAN Brasil de 2026 esgotaram em 1 dia. Isso apenas 5 dias após a prova de 2025, onde o Manoel Messias fez a melhor maratona da história do Ironman, em 2:26:50.
Nos vemos domingo que vem
A Leite de Cabra é uma newsletter semanal enviada aos domingos, às 7h. Leva menos de 3 minutos para ler. Você vai encontrar insights, recursos e histórias sobre execução de uma healthtech, o mercado de saúde e uma vida mais saudável.
Vida longa a todos,
Leite e Cabral
(P.S. Manda algo que pensou. A gente lê tudo.)
Legal demais o conteúdo, dupla!
Acompanhando daqui desde o começo 👀. Mas sobre o tema que trouxeram sobre “escolher seu embrião”, pensaram nas complexidades e dilemas éticos e sociais?
O que acontece com um mundo em que só quem tem dinheiro consegue escolher embriões com “maior inteligência estimada”? Teríamos um cenário de desvantagem e desigualdade ainda maior?
Outra: como voce define o que “doença” genética? Podendo evitar de ter um filho cego, é motivo? Porque? Quem disse que ser cego é doença?
Filosofando aqui porque curto o tema. O Sandel (aquele de Justice e que fala de meritocracia) tem uns conteúdos sobre isso, caso se interessem.
Abs e sucesso total!
A falta de quem faz o que é a nossa maior perda de tempo no mercado que atuo, leite sabe disso, 5 pessoas falando sobre um mesmo assunto… A perda de energia é gigante e parece que impossível de mudar este cenário. Adorei o texto..
Estou acompanhando.
Gosto desse mix de: contar tudo do início, mas também os achados e também a comunicação ousada.
Me dá um ar de alívio de saber que não atuamos apenas com aquelas caixas pré moldadas que insistem em colocar em nós. Grande beijo.